Empresas funcionam em um fluxo contínuo. Embora exista a separação entre os setores de contabilidade, marketing, finanças, produção e outras áreas, todas elas estão integradas e unidas afim de um bem comum.
Se uma dessas engrenagens falha, o sistema todo é prejudicado. É nessa ideia que se baseia a Teoria das Restrições.
Essa teoria foi criada na década de 1980 e introduziu um novo pensamento para a gestão empresarial, além de impactar no papel da contabilidade gerencial para as organizações. Agora, então, vamos entender melhor o que é a Teoria das Restrições e como ela impacta na contabilidade das empresas. Acompanhe o artigo:
O que é a Teoria das Restrições?
A Teoria das Restrições (Theory of Constraints, ou simplesmente TOC) foi criada em 1985 pelo físico israelense Eliahu Goldratt. Trata-se de uma filosofia gerencial baseada na ideia da existência de limitações, restrições ou gargalos nas organizações.
Esses gargalos são mecanismos, recursos, métodos ou ferramentas que não são capazes de atender a demanda à qual são submetidos. Dessa forma, eles representam pequenas falhas para a organização e prejudicam o seu desempenho como um todo.
Em uma fábrica, por exemplo, uma máquina fora de operação ou funcionando abaixo da sua capacidade total representa um tipo de gargalo. Sem “fazer a sua parte”, ela prejudica os demais sistemas da indústria, afeta a produção de maneira geral e impacta nos resultados do negócio.
A Teoria das Restrições, portanto, pressupõe uma visão sistêmica das empresas, em que uma área está vinculada a outra em um fluxo contínuo e todos operam juntos a favor de objetivos em comum.
Dessa forma, essa teoria pode ser resumida pela seguinte frase: “uma corrente é tão forte quanto seu elo mais fraco”. O elo, portanto, é a restrição a que se refere a teoria.
Cabe aos gestores, portanto, identificar, controlar e corrigir os elos mais fracos que estão prejudicando o desempenho da empresa. Mas vale ressaltar que a teoria prevê que sempre haverá ao menos um gargalo na organização (se não o lucro seria infinito…).
O que a Teoria das Restrições tem a ver com a contabilidade gerencial?
Diferentemente da contabilidade financeira, a contabilidade gerencial se volta para a gestão do negócio. Sua função é prestar informações contábeis aos gestores, sócios e colaboradores (agentes internos) para auxiliar na tomada de decisões e otimizar o desempenho da empresa (você pode entender melhor sobre as diferenças entre essas duas contabilidades nesse artigo).
Dessa forma, a Teoria das Restrições propõe as seguintes ideias:
Unir a contabilidade gerencial com todas as áreas da empresa
Muitas vezes, a contabilidade gerencial acaba se distanciando dos outros sistemas da organização e não serve ao propósito de auxiliar a gestão do negócio. Em geral, isso acontece porque o foco da contabilidade gerencial tende a ser os custos, em vez dos ganhos, o que afeta o planejamento de outras áreas da empresa e a organização como um todo.
Propor uma visão sistêmica para a contabilidade gerencial
A Teoria das Restrições, então, propõe novos instrumentos para a contabilidade gerencial. A partir de uma perspectiva sistêmica, a teoria diz que os gestores não deveriam focar na redução dos custos (como acontece na perspectiva da contabilidade tradicional), mas sim nos ganhos da empresa a partir do gerenciamento das restrições do sistema.
Para transformar a visão da contabilidade gerencial da sua empresa, é preciso adotar novos paradigmas nos sistemas de informações contábeis, especialmente sobre o custeio dos produtos. Você pode entender melhor a teoria e o instrumental proposta neste link.
Gerar informações mais relevantes para toda a empresa
Com novos instrumentos, a contabilidade gerencial gera informações mais precisas e úteis sobre a posição econômica e financeira das empresas, o que permite identificar e controlar melhor as restrições da produção e de outras áreas do negócio. Assim, ela também contribui para o fluxo contínuo da organização e propicia um melhor embasamento para a tomada de decisões.
Em resumo
A contabilidade, portanto, precisa se adaptar ao cenário competitivo atual, que exige alta eficiência e produtividade, com a otimização dos recursos. A partir da contabilidade gerencial, é possível recolher informações relevantes para que os gestores tomem decisões importantes para o negócio.
Assim, essa contabilidade deve aderir a novos modelos de atuação para colocar a empresa na direção de suas metas, como propõe a teoria aqui abordada.
A Teoria das Restrições, ao propor uma nova visão sobre a empresa e novos conceitos para a contabilidade, promove uma integração mais efetiva com todas as áreas da organização. Assim, a empresa tende a controlar suas restrições e alcançar uma melhor performance para competir com mais autoridade no mercado atual.
Aproveite os estudos sobre contabilidade e leia também sobre o impacto da indústria 4.0 na contabilidade para saber como essa área deve se adaptar ao avanço da transformação digital.