Vivemos constantemente precisando tomar decisões. Tomamos decisões todos os dias: desde escolher o restaurante em que vamos almoçar até um investimento que pode transformar as nossas vidas.
Em todas essas situações existe um negócio chamado Custo de Oportunidade, que é basicamente o custo do que perdemos ao abandonar um caminho e escolher outro.
Ao fazer o levantamento do investimento inicial para abertura de um negócio próprio, o empreendedor às vezes se depara com uma situação muito comum, que é a possibilidade de utilizar no negócio, bens que já possui.
Exemplos comuns são imóveis e veículos próprios. O empresário pode entender que está economizando quando envolve um bem próprio, mas vamos ver que esta visão é equivocada por inobservância do Custo de Oportunidade.
Custo de oportunidade é algo um pouco complicado de entender, mas é crucial no processo de tomada de decisão quando estamos diante de duas ou mais alternativas de investimento.
Imagine um exemplo bem simples: José quer deixar a vida de empregado. Ele tem um salário mensal de R$7.000 e possui um imóvel bem localizado onde quer montar um restaurante.
Então, José decide seguir em frente, e fica muito satisfeito porque vai economizar um aluguel de R$3.000/mês para utilizar um imóvel equivalente.
Após alguns meses trabalhando diariamente (incluindo finais de semana) no restaurante, José está tendo um lucro líquido de R$9.000/mês, ou seja, bem melhor do que o salário que ganhava anteriormente.
Assim José, feliz, conclui que sua decisão foi acertada, pois agora ganha R$2.000/mês acima do que ganhava antes!
Infelizmente José está completamente enganado. Na realidade ele está ganhando R$1.000/mês a menos do que poderia ganhar antes, e isso acontece porque ele deixou de considerar o Custo de Oportunidade no momento de tomar sua decisão.
Caso continuasse empregado, José poderia alugar seu imóvel por R$3.000/mês. Somando este rendimento ao seu salário, ele teria uma renda total de R$10.000.
Ao decidir pelo restaurante, José não considerou a renda de R$3.000/mês que deixaria de ganhar.
Simplificando, esses R$3.000/mês são o custo que José teve por estar perdendo a oportunidade de alugar seu imóvel, utilizando-o para montar o restaurante.
Concluindo, se José tinha a opção de escolher um de dois imóveis muito parecidos, sendo um próprio e outro de terceiros, isto não faria diferença nenhuma, pois o aluguel que ele economizaria utilizando o imóvel próprio seria o mesmo que ele deixaria de ganhar se o alugasse.
É isso que normalmente acontece quando estamos diante de duas ou mais opções de investimento e temos que escolher só uma delas. É preciso ficar atento aos custos de oportunidade que uma ou outra geram para podermos escolher aquela que realmente é mais lucrativa.
Como dica, posso listar algumas das situações mais comuns onde o custo de oportunidade sempre existe e deve ser levado em consideração:
– Para o transporte: Frota Própria ou Terceirizada?
– Para o depósito: Imóvel Próprio ou Alugado?
– Para o pessoal: Contratar CLT ou Terceirizar?
– Para o seu tempo: Arrumo um emprego ou monto uma Franquia?
– Para as entregas: Faço pessoalmente ou contrato um motoboy e administro?
Em todas essas situações existe um custo de oportunidade, seja o rendimento de aplicação que se perde ao comprar o caminhão próprio ou montar a franquia, os investimentos adicionais que poderiam ser feitos com o valor extra de encargos por contratar empregados pela CLT ou as vendas que deixariam de ser feitas enquanto faço pessoalmente minhas entregas.
Não considerar o Custo de Oportunidade no processo de tomada de decisão pode fazer com que você escolha o caminho errado achando que escolheu o certo. Já passou por isso antes? Pelo menos quando eu passei, fiquei com muita raiva e perdi muito tempo fazendo o retorno.